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O Parque das Garças e as mudanças climáticas

Beto Seabra - 22/05/2023



Parque das Garças, foto de Beto Seabra



Se alguém me perguntar qual a coisa mais importante a ser feita hoje, eu não teria dúvidas em responder: cuidar do meio ambiente. Mais importante que a própria fome, que já foi nossa prioridade número um, cuidar da natureza e evitar que a qualquer momento aconteça uma nova catástrofe ambiental deveria ser a prioridade zero de todas as sociedades humanas. Um mundo em desequilíbrio só gera mais mortes e mais fome do que a que já existe.


Para alguns cientistas, a pandemia de Covid-19 foi a primeira grande catástrofe ambiental do Planeta na era do aquecimento global. Nada conseguiu parar o planeta como ela conseguiu. E restam poucas dúvidas hoje que o novo e letal coronavírus surgiu a partir de um desequilíbrio ambiental. Assim como a gripe espanhola provavelmente surgiu em alguma região da California devastada pela corrida pelo ouro entre o final do século XIX e o início do século XX, e que iria matar dezenas de milhões de pessoas em poucos anos, é bastante provável que o Covid-19 nasceu em uma província chinesa igualmente devastada pelas mãos humanas.


Depois de quase um ano voltei a passear no Parque das Garças, localizado no final do Lago Norte. Frequentei o lugar durante os dezessete anos em que morei naquele bairro e retornei em um domingo para participar de um pedido de socorro feito pela comunidade do Lago Norte, pois o Governo do Distrito Federal pretende transformar parte do parque em um empreendimento comercial.


Impressionante saber que enquanto o mundo se mobiliza para termos mais árvores e menos poluição, portanto menos aquecimento global, o Distrito Federal anda na contramão desse movimento. Lendo o Blog do jornalista Chico Sant'Anna, descubro que somente nos primeiros quatro meses de 2023 já perdemos mais cobertura vegetal, leia-se Cerrado, do que durante todo o ano passado. Não é um escândalo isso?


O Parque das Garças virou um espaço de lazer e de esportes aquáticos dos moradores de Brasília, além de morada de pássaros e capivaras. Recentemente foram plantadas lá mais de 500 árvores, que se somam às milhares que já existem no local. É um lugar bonito e que a comunidade do Lago Norte brigou muito para existir.


Para completar, eu soube, enquanto passeava no Parque das Garças, que já existe uma Comissão Provisória da Agenda 2030 Lago Norte. Explicando melhor: a Agenda 2030 é um plano de ação global que reúne 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas, criados para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, dentro das condições que o nosso planeta oferece e sem comprometer a qualidade de vida das próximas gerações. Então cuidar do Parque das Garças passou a ser uma das metas locais para que o Brasil alcance as metas nacionais, ajudando o mundo a conquistar as metas globais. Acho isso de uma importância gigantesca.


Deixar que parte daquilo ali vire um novo Píer 21, atraindo apenas o consumo e os automóveis de sempre, será uma grande derrota para a nossa cidade e para aqueles que defendem um Planeta Terra sem novas catástrofes ambientais. Precisamos isso sim de mais parques e mais árvores, para garantir a vida e a saúde das próximas gerações.







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