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O papel da leitura no atual caos comunicativo


Biblioteca Parque de Manguinhos



Roberto Seabra - 26/02/2019


Há exatos três anos finalizei o documentário “Leitores sem fim”, produzido pela TV Câmara. Em 37 minutos, o filme relata histórias de pessoas que tiveram a vida modificada pelo hábito da leitura.

Rodado em Brasília e no Rio de Janeiro, o documentário entrevista frequentadores das bibliotecas parque da Rocinha, Manguinhos e Estadual, as três no Rio de Janeiro, além de deputados envolvidos com o tema da leitura e especialistas no assunto.

Dia desses, tive a curiosidade de ler os comentários de pessoas que viram “Leitores sem fim” na internet. Me surpreendi pela qualidade das opiniões. Nada de grosserias ou brincadeiras de mau gosto. Todos os comentários foram de incentivo ao projeto.

Um jovem escreveu: “Estou planejando dar início a um Projeto Fotográfico com a intenção de incentivar a leitura com histórias inspiradoras! Este documentário me motivou bastante! Gratidão!”

Uma mulher, provavelmente bibliotecária, escreveu: “Tudo o que eu acredito sobre o papel das bibliotecas, sobretudo o seu papel social está nesse documentário lindo! Obrigada por esse trabalho maravilhoso!”.

Outros elogiam, mas lamentam o fato de um tema tão importante como esse ter tão poucas visualizações no canal do Youtube.

Para quem acompanha as redes sociais e lê ou vê, todos os dias, uma verdadeira babel de opiniões sobre tudo e todos, muitas delas sem qualquer base racional, é um alento saber que existem pessoas que ainda se preocupam com coisas importantes e têm a dizer palavras que inspiram.

Mas, afinal, não é para isso que serve a leitura, para melhorar as pessoas e tornar o mundo algo menos antipático e mais empático? Conheci pessoas sem leitura ou com poucas letras que eram verdadeiros sábios, pois tinham outro tipo de conhecimento, aquele forjado pela vida.

No entanto, em uma sociedade complexa e repleta de informações como a do século 21, a leitura, em especial a literária, pode ser a diferença entre a “vida boa”, preconizada pelos gregos antigos, e a barbárie.

O fato de termos mais informações disponíveis, não significa que tenhamos pessoas mais bem informadas e formadas. Nesse caso, o excesso pode virar veneno.

Acredito que seja por intermédio da leitura (solitária ou em grupo) e nos encontros em espaços culturais (bibliotecas, teatros e salas de espetáculo e de cinema), que a utopia possa superar o caos comunicativo atual e nos guiar para um caminho que não seja o da distopia.

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